Experiência: Carregando Um Bebê Com Paralisia Cerebral No Sling..
A experiência de uma mãe durante o primeiro ano de seu filho.
Por: Andrea Biestro.
Devido à uma hipoxia no nascimento, nosso filho tem paralisia cerebral, que causa um atraso em seu desenvolvimento. Carregar uma criança que demora mais em alcançar simples avanços como sustentar a cabeça, sentar ou rolar pode ser um grande desafio. O pouco tônus muscular é constante em nosso filho, ainda que temos experimentado alguns momentos melhores; algumas coisas dificultam a colocação do bebê no sling, mas com prática conseguimos uma melhor maneira de fazer isso. Assim mesmo, diferentes slings têm se adequado à diferentes etapas do crescimento de nosso filho. Aqui apresento nossa experiência levando nosso filho com os carregadores de bebê que temos: Sling de argolas (ring sling), Rebozo (uma espécie de sling com nó), Fulares (wrap) e carregadores de bebê de inspiração asiática. Esperamos que isso ajude outras pessoas que tenham filhos comnecessidades especiais.
Levar nosso filho no sling nos proporciona a alegria e o privilégio de tê-lo junto de nós. Já que nosso filho não pode se mover de maneira independente como para explorar o mundo, levá-lo no colo nos ajuda a mostrá-lo a natureza, as atividades domésticas, jogos, esportes. pessoas e muitas outras coisas.
É muito importante falar que a segurança é prioridade quando se usam carregadores de bebê, e suas comprovações uma norma, quando falamos de uma criança com alguma deficiência, isto deve ser enfatizado ainda mais. Sempre se pergunte: “Isto é comprovado?”, e se não há resposta, pergunte-se novamente. Vale a pena.
OS PRIMEIROS 3 MESES:
Sling de argolas: se demosntrou muito útil nos primeiros meses já que o colocávamos em posição de berço e era cômodo, quentinho, e juntinho de nós o tempo todo. Sua terapeuta também apoiou a eleição deste carregador de bebê, já que nosso filho tinha uma hiperestensão da coluna (a bacia virada para trás). Carregá-lo numa posição mais curvada o ajudou nestes primeiros meses, pois a postura natural da coluna do bebê é exatamente curvada. A bolsa também nos ajudou com a posição de “rã”.
Fular: O fular foi a salvação durante estes meses também, já que podíamos usar um rebozo para posições de berço, ou fulares maiores para posições de “rã” ou berço (com nó em ambos os casos), o tecido podia se ajustar para sustentar sua cabeça (ele não teve controle do movimento da cabeça até os 9 meses).
Carregadores asiáticos: nosso promeiro Mei tai foi um Sachi*, que adoramos. Usávamos em posição de rã, sempre assegurando de que formava uma cadeira, e de que o bumbum estava mais baixo do que os joelhos, já que isto proporcionava a curvatura da coluna que nosso filho precisava.
DE 3 A 9 MESES:
Slings: ainda muito úteis na posição de rã, mas como nosso bebê cresceu e era cada vez mais capaz para ver o mundo começamos com os cangurus. Ele gostava de ficar com os pés livres, assim que nos assegurávamos de que o tecido cobria bem sua coluna, abaixo do bumbum até suas pernas. Esta posição ajudava no controle de sua cabeça, porque ele fazia esforço para ver as coisas que lhe chamavam atenção. As posições de cadeirinha não nos foram úteis já que ele era muito atônico para elas (tonicidade muscular).
Fular: Como no sling de argolas, ideal para posição barriga-com-barriga, mas quando ele queria ter uma melhor visão do mundo o levávamos com na posição de frente olhando para fora. Sempre nos certificávamos de fazer a cadeira para ele de forma que suas pernas formassem um ângulo de 90°. Testamos posições nas costas, mas sua falta de tônus deixou muito difícil de conseguir uma boa posição e ajuste, assim evitamos esta posição neste período.
Nota: Em ambos, sling de argola e fulares, as posições olhando para a frente não foram muito cômodas para nós pais, assim, depois de certo tempo voltavam para a posição barriga-barriga dando um descanço na coluna antes de voltar à posição olhando pra frente.
Carregadores Asiáticos: Neste periodo foram nossos salva-vidas!!! As posições altas nas costas foram um alívio, já que eram mais fáceis de conseguir com mei tais do que com fulares. Nosso filho adorava olhar sobre nossos ombros, e era tão confortável para nós! Como nosso menino não tinha o controle da cabeça e era alto, o comprimento de um mei tai pequeno não conseguia sustentar a cabeça, que normalmente caía para trás em posições tanto na frente como nas costas. A solução foi utilizar mei tais com corpos maiores.
DE 9 A 12 MESES:
Sling de argolas: Como nosso filho está mais pesado agora (seu peso sempre está abaixo de qualquer percentil), carregá-lo em um só ombro não é tão incômodo para longos passeios. Ainda utilizamos muito, sobretudo porque as posições de cadeirinha estão começando a ser mais cômodas para nós já que o controle da cabeça e tronco do bebê são melhores. Para dentro de casa ou para ir à um local próximo ainda é nosso porta-bebês preferido.
Fular: Finalmente estamos conseguindo posturas da coluna com eles porque o controle da cabeça de nosso filho nos permite mais tempo para amarrar e assim conseguimos um ajuste adequado e seguro. Fulares e Rebozos longos têm sido os porta-bebês mais cômodos para nós pelas múltiplas formas que se distribuem o peso do bebê homogeneamente, por isso estamos sensibilizados e preferindo este num aspecto geral.
Carregadores de bebês asiáticos: agora podemos dobrar a parte superior do porta-bebê para colocar seus braços de fora, ou para oferecer-lhe uma vista sem obsáculos. O controle de sua cabeça já o permite.
OBSERVAÇÕES: Levar um bebê que já tem um controle da cabeça faz uma grande diferença pra nós! Ele é perfeito para posições nas costas. Ele também está gostando quando o colocamos em cima (antes irritava-se), mas é muito importante por razões de segurança (sabemos no que implica colocar um bebê num carregador contra sua vontade). Nosso terapeuta adora os carregadores, porque formam uma cadeirinha para nosso filho, ajudando-o a manter suas pernas em um ângulo de 90°. Inclusive quando o carregamos sem o porta-bebês, nos é aconselhado a sustentar suas pernas de forma que se dobrem (usando ambos os braços, um para sustentar o corpo e outro abaixo dos joelhos), porque isso envia uma mensagem ao cérebro de como deve comportar-se enquanto está sentado, e seus músculos se acostumam a estar na posição correta. Assim os carregadores de bebê verdadeiramente nos têm ajudado, permitinso que nossas mãos estejam livres, sem nos cansar e podemos ter nosso bebê por perto enquanto fazemos outras coisas.
*Sachi: marca de um Mei Tai.
Sobre a Red Canguro:
A Red Canguro, Associação Espanhola para o Incentivo ao Uso dos Carregadores de Bebê, é uma associação sem fins lucrativos, fundada em novembro de 2008, com a finalidade de incentivar o uso de carregadores de bebê entre mães, pais, e qualquer pessoa interessada, difundir informação relacionada, servir como contato e apoio para pessoas que desejam iniciar no mundo dos carregadores de bebê, incentivar o encontro e intercâmbio de informações e experiências entre usuários, aumentar o nível de conhecimento sobre carregar bebês em espanhol e incentivar e difundir a criança com afeição. Para maiores informações sobre o tema visite: www.redcanguro.org
Artigo original em: www.thebabywearer.com
Tradução do espanhol: Andreza Espi/Mania de Sling by Dida. www.maniadesling.com.br
fonte: http://redcanguro.org/2009/03/19/llevando-en-portabebes-a-un-bebe-con-paralisis-cerebral/